2006/04/30

Inocência infantil

A professora mandou os alunos fazerem uma composição sobre a escola. Eis o que se lia numa delas:

"A minha escola é pequena, mas muito bem arranjada. A minha escola é como se fosse um jardim, e nós, os alunos, somos as flores e a senhora professora é como se fosse um monte de estrume que nos faz crescer belos e fortes."

2006/04/14

diálogos da quaresma

- Pai, o que é a Páscoa?
- Ora, Páscoa é ...... bem... é uma festa religiosa!
- Igual ao Natal?
- É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.
- Ressurreição?
- É, ressurreição. Maria, vem cá!
- Sim?
- Explica a esta criança o que é ressurreição para eu poder ler o meu jornal descansado.
- Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado.Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendido?
- Mais ou menos ........ Mãe, Jesus era um coelho?
- Que é isso menino? Não me diga uma coisa destas! Coelho! Jesus Cristo é o Pai do Céu! Nem parece que este menino foi baptizado! Jorge, este menino não pode crescer assim, sem ir à missa pelo menos aos domingos.Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensaste se ele diz uma asneira destas na escola?Deus me perdoe! Amanhã vou matricular esta criança na catequese!
- Mãe, mas o Pai do Céu não é Deus?
- É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Vais estudar isso na catequese. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
- O Espírito Santo também é Deus?
- É sim.
- E Fátima?
- Sacrilégio!!!
- É por isso que na Trindade fica o Espírito Santo?
- Não é o Banco Espírito Santo que fica na Trindade, meu filho. É o Espírito Santo de Deus.É uma coisa muito complicada, nem a mãe entende muito bem, para falar a verdade nem ninguém, nem quem inventou esta asneira a compreende.Mas se perguntares à catequista ela explica muito bem!
- Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?
- (gritando) Eu sei lá! É uma tradição. É igual ao Pai Natal, só que em vez de presentes, ele traz ovinhos.
- O coelho põe ovos?
- Chega! Deixa-me ir fazer o almoço que eu não aguento mais!
- Pai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?
- Era, era melhor, ou então peru.
- Pai, Jesus nasceu no dia 25 de Dezembro, não é? Em que dia é que ele morreu?
- Isso eu sei: na sexta-feira santa.
- Que dia e que mês?
- ??????? Sabes que eu nunca pensei nisso?Eu só aprendi que ele morreu na sexta-feira santa e ressuscitou três dias depois, no sábado de aleluia.
- Um dia depois portanto!
- (gritando) Não, filho - três dias!
- Então morreu na quarta-feira.
- Não! Morreu na sexta-feira santa... ou terá sido na quarta-feira de cinzas? Ah, miúdo, já me confundiste! Morreu na sexta-feira e ressuscitou no sábado, três dias depois!- Como!?!? Como!?!?- Pergunta à tua professora da catequese!
- Pai, então por que amarraram um monte de bonecos de pano na rua?
- É que hoje é sábado de aleluia, e a aldeia vai fingir que vai bater em Judas.Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
- O Judas traiu Jesus no sábado?
- Claro que não! Se ele morreu na sexta!!!
- Então por que eles não lhe batem no dia certo?
- É, boa pergunta.
- Pai, qual era o sobrenome de Jesus?
- Cristo. Jesus Cristo.
- Só?
- Que eu saiba sim, por quê?
- Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele tinha no apelido Coelho.Só assim esta coisa do coelho da Páscoa faz sentido, não acha?
- ...Coitada!
- Coitada de quem?
- Da tua professora da catequese !!!

2006/04/11

Propriedades da gasolina

Dois amigos beberrões, que são mecânicos de aviões, estão no Aeroporto da Portela a olhar p'ró boneco, sem nada para fazer. Um deles diz para o outro:

"Eh pá, tens aí alguma coisa que se beba?"
ao que o outro responde:
"Nem por isso... mas já ouvi dizer que se beberes a gasolina do avião aquilo dá uma bijorna do caraças."

Por isso, eles decidem experimentar a gasolina do avião, apanham uma talocha jeitosa e divertem-se à grande como só dois amigos beberrões conseguem fazer. Na manhã seguinte, um deles acorda, com medo de se levantar e que a sua cabeça exploda da ressaca terrível que vai ter. Levanta-se, sente-se bem...aliás, sente-se maravilhosamente bem! Nada de ressaca!O telefone toca, é o amigo.

"Então, pá? Como é que te estás a sentir hoje?Eu estou bastante bem, por acaso!"
"Eh pá, eu também! Sinto-me em grande! A gasosa do avião é brutal! Nada de ressaca... temos que repetir!"
"Pois... mas há só uma coisinha..."
"Então?"
"Já te peidaste hoje?"
"Não! Porquê?"
"Pá, nem tentes!!! ...estou a ligar de Marrocos."

2006/04/06

Curiosidades do passado

É impressionante, nos dias de hoje, quando visitamos o Palácio de Versailles em Paris, observamos que o sumptuoso palácio não tem quartos de banho.

Na Idade Média não existiam os dentifrícios, isto é, pastas de dentes, muito menos escovas de dentes ou perfumes, desodorizantes e papel higiénico, nem pensar...
Os excrementos humanos eram deitados pelas janelas do palácio....

No palácio as cozinhas conseguiam fazer alimentação para festas de 1.500 pessoas, sem a mínima higiene, que hoje consideramos imprescindível.

A explicação para as pessoas sendo abanadas que vemos em filmes da época é o mau cheiro que exalavam por debaixo das saias (propositadamente feitas para conter o odor das partes íntimas que não tinham como ser higienizadas devidamente), associado ao costume de não se tomar banho devido ao frio. O cheiro era camuflado pelo abanador.
Os nobres eram os únicos que podiam ter súbditos que os abanavam para espalhar o mau cheiro do corpo e o mau hálito que suas bocas exalavam, além de ser uma forma de espantar os insectos.

Quem já esteve em Versailles admirou muito os jardins enormes e belos, que na época não eram só contemplados, mas "usados" como vaso sanitários nas famosas baladas promovidas pela monarquia, já que não existiam casas de banho.

Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria nos meses de Maio/Junho para eles, o início do verão). A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em Maio: assim, em Junho, o cheiro das pessoas ainda estava tolerável. Entretanto, como alguns odores já começavam a ser exalados, as noivas carregavam buquês de flores junto ao corpo, para disfarçar o mau cheiro. Daí temos o facto de Maio ser o "mês das noivas" e a origem do buquê de noiva explicados.
Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa.Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, a seguir as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças. Os bebés eram os últimos a tomar banho. Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível "perder" um bebé lá dentro. É por isso que existe a expressão em inglês, que hoje usamos para os maisapressadinhos: "don't throw the baby out with the bath water" ; ou seja, literalmente, "não jogue o bebé fora junto com a água do banho"....

Os telhados das casas não tinham forro e as madeiras que os sustentavam eram o melhor lugar para os animais - cães, gatos e outros de pequeno porte, como ratos e besouros, se aquecerem. Quando chovia, começavam as goteiras e os animais pulavam para o chão. Por isso, a nossa expressão "está chovendo canivetes" tem o seu equivalente em inglês em "it's raining cats and dogs" (está chovendo gatos e cães).

Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho. Certos tipos de alimento oxidavam o material, o que fazia com que muita gente morresse envenenada (lembremo-nos que os hábitos higiénicos da época não eram lá grande coisa...). Os tomates, sendo ácidos, oxidavam o estanho e foram considerados, durante muito tempo, como venenosos. Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação, às vezes, deixava o indivíduo "no chão", com uma espécie de narcolepsia induzida pela bebida alcoólica e pelo óxido de estanho. Alguém que passasse pela rua poderia pensar que ele estava morto, portanto recolhia o corpo e preparava o enterro. O corpo era então colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou não. Daí surgiu a vigília do caixão.

A Inglaterra é um país pequeno e nem sempre houve espaço para enterrar todos os mortos. Então os caixões eram abertos, os ossos tirados e encaminhados ao ossário e o túmulo era utilizado para outro cadáver. Às vezes, ao abrir os caixões, percebia-se que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Assim, surgiu a ideia de, ao fechar os caixões, amarrar uma tira ao pulso do defunto. A tira passava por um buraco no caixão e ficava amarrada num sino. Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento de seu braço faria o sino tocar. Ele seria "saved by the bell" , ou "salvo pelo gongo", expressão por nós usada até aos dias actuais.