2005/11/24

Coisas óbvias que nos passam ao lado

Em Inglaterra, os gatos, apesar de também miarem, recebem o estranho nome de cats.

Na capital da Austrália, nem todos os bebés são alimentados com leite em pó.

Uma fotografia a preto e branco, por muito boa que seja, nunca é a cores.

Edison inventou a lâmpada à luz de um candeeiro a petróleo.

Os discos têm um buraco no meio porque, se fosse mais ao lado, as agulhas saltavam.

Prostaglandinas, gonadotrofinas e prepúcio são mesmo termos técnicos.

Os membros dos Partido "Os Verdes" não acreditam na reincarnação.

O nome próprio do marquês de Pombal não era Francisco António.

Um elefante pequeno pode ser maior que um rato grande.

É muito mais estranho ter três braços do que apenas um

Em caso de emergência, os lenços de assoar podem limpar qualquer parte do corpo

É aborrecido chamar chato a um simples piolho

A rainha Isabel II come canja de vez em quando

A nacionalidade de George W. Bush é americana, por inerência de cargo

É sempre possível desligar a televisão quando não se gosta do programa

2005/11/23

momentos de aflição

Aeroporto de Lisboa, 15h30m

Tenho um pequeno mal-estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada e uma cagada não aliviasse.Mas, atrasado para apanhar o autocarro que me levaria para o aeroporto, do outro lado da cidade, de onde partiria o voo para Estocolomo, resolvi segurar as pontas, "afinal de contas, são só uns 15 minutos de viagem. Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar uma mija tranquilo".

O avião só sairia as 16h30m. Entrando no autocarro, sem sanitários, senti a primeira contracção e tomei consciência de que a minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no wc do aeroporto. Virei-me para o meu amigo que me acompanhava e,subtilmente, disse-lhe:

"Fogo, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar a farinheira." Nesse momento, senti o cagalhão a beliscar as minhas cuecas, mas pus a força de vontade a trabalhar e
segurei a onda. O autocarro nem tinha começado a andar quando para meu desespero, uma voz disse pelo altifalante: "Senhoras e senhores, devido ao muito trânsito, a nossa viagem até ao aeroporto levará cerca de 1 hora".

Aí o cagalhão ficou maluco querendo sair a qualquer custo! Fiz um esforço hercúleo para segurar o comboio de merda que estava para chegar na estação anus a qualquer momento. Suava em bicas. O meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para gozar comigo. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais indicando que, pelo menos por enquanto, as coisas tinham-se acomodado por ali. Tentava-me distrair vendo a paisagem mas só conseguia pensar numa casa de banho, não numa igual à dos sanitários públicos,mas uma com uma sanita, tão branca e tão limpa que alguém poderia pôr o seu almoço nela. E o papel higiénico então: era branco e macio e com textura e perfume e...oops!

Senti um volume almofadado entre o meu traseiro e o assento do autocarro e percebi consternado que havia cagado. Um cocó sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que dá vontade de ligar para os amigos e parentes e convidá-los a apreciar, na sanita, tão perfeita obra: daria até para a expor no CCB! Mas, sem dúvida, não neste caso.Olhei para o meu amigo, procurando um pouco
de solidariedade, e confessei-lhe de modo muito sério:
"Olha, caguei- me."

Quando o meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a ficar no centro da cidade, escala que o autocarro faria pelo meio da viagem, e que me limpasse em algum lugar. Mas resolvi que ia seguir viagem, pois agora estava tudo sob controlo.

"Que se lixe, limpo-me no aeroporto," - pensei - "pior do que como estou não fico".
Mal o autocarro entrou em movimento, a cólica recomeçou forte. Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira, mas não pude evitar, e sem muita cerimónia ou anunciação, veio a segunda leva de merda. Desta vez como uma pasta morna. Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e lambuzando o cu, cuecas, barra da camisa, pernas, calças, meias e pés.

Logo a seguir, mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam o fofo do freguês ao sair rumo à liberdade. E, no instante seguinte, um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar...
afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado. Já o peido seguinte foi do tipo que pesa e eu caguei-me pela quarta vez.

Lembrei-me de um amigo que, certa vez, estava com tanta caganeira que resolveu pôr um penso higiénico
nas cuecas, mas colocou-o com as linhas adesivas viradas para cima e, quando quis tirá-lo, levou metade
dos pêlos do rabo junto. Mas era tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia ajudar-me a limpar a sujeira. Finalmente cheguei ao aeroporto e, saindo apressado com passos curtinhos,supliquei ao meu amigo que apanhasse a minha mala na bagageira do autocarro e a levasse aos sanitários do aeroporto para que eu
pudesse trocar de roupas. Corri para a casa de banho e entrando de porta em porta, constatei a falta de papel higiénico em todas as cinco portas. Olhei para cima e blasfemei:
"Agora chega, Pá?!"

Entrei na última porta, mesmo sem papel, e tirei a roupa toda para analisar a minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço) e esperar pela mala da salvação, com roupas limpinhas e cheirosas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia. Entretanto, o meu amigo entrou na casa de banho cheio
de pressa... já tinha feito o "check- in" e disse-me que tinha que ir depressa avisar o voo para esperarem por nós. Mandou por cima da porta o cartão de embarque e a minha maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte. Ele tinha-se enganado na mala que eu aguardava e já tinha
despachado a mala com roupas.

Na mala de mão só tinha um pullover de lã com gola em bico.
A temperatura em Lisboa nesta altura era de aproximadamente 37 graus. Desesperado, comecei a analisar quais das minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis. As minhas cuecas, mandei- as para o lixo.
A camisa era história. As calças estavam deploráveis, assim como as minhas meias, que mudaram de cor tingidas pela merda. Aos meus sapatos dava-lhes nota 3, numa escala de 1 a 10. Teria que improvisar.
A invenção é filha da necessidade, então transformei uma simples casa de banho pública numa magnífica
máquina de lavar.

Virei as calças do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na água.
Comecei a dar ao autoclismo até que o grosso da merda se desprendeu. Estava pronto para embarcar. Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direcção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, calças vestidas do avesso e molhadas da cintura até ao joelho (não exactamente limpas) e o pullover de gola em bico sem camisa.

Mas caminhava com a dignidade de um lorde.

Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam à espera do "rapaz que estava na casa de banho" e atravessei todo o corredor até ao meu assento ao lado
do meu amigo que sorria.
A hospedeira aproximou-se e perguntou-me se precisava de algo.

Eu cheguei a pensar em pedir uma gilette para cortar os pulsos ou 130 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante, mas decidi não as pedir... e respondi-lhe com uma esforçada cara angélica:

"Nada, obrigado... eu só queria mesmo era esquecer este dia de MERDA!"

provérbios eruditos

Expõe-me com quem deambulas e a tua idiossincrasia augurarei.
(Diz-me com quem andas e te direi quem és)

Espécime avícola na cavidade metacárpica, supera os congéneres revolteando em duplicado.
(Mais vale um pássaro na mão, que dois a voar)

Ausência de percepção ocular, insensibiliza o órgão cardial.
(Olhos que não vêem, coração que não sente)

Equino objecto de dádiva, não é passível de auscultação odontológica.
(A cavalo dado não se olham os dentes)

O globo ocular do perfeito torna obesos os bovinos.
(O olho do amo engorda o gado)

Idêntico ascendente, idêntico descendente
(Tal pai, tal filho)

Descendente de espécime piscícola sabe movimentar-se em líquido inorgânico.
(Filho de peixe sabe nadar)

Pequena leguminosa seca após pequena leguminosa seca atesta a capacidade de ingestão de espécie avícola.
(Grão a grão enche a galinha o papo)

Tem a monarquia no baixo ventre
(Tem o rei na barriga)

Quem movimenta os músculos supra faciais mais longe do primeiro, movimenta-os substancialmente.
(Quem ri por último ri melhor)

Quem aguarda longamente, atinge a exaustão
(Quem espera desespera)

nem para terrorismo este país interessa...

Documentos mantidos em sigilo pela Polícia Judiciária revelam que a Al Qaeda, organização terrorista de Osama Bin Laden, ordenou a execução de um atentado em Portugal. O alvo da acção seria a estátua do Cristo-Rei,localizada em Almada.

De acordo com informações obtidas hoje em Lisboa, a ordem de Bin Laden decorreu do ódio que o saudita nutre por símbolos monumentais católicos, que segundo ele representam "um símbolo da globalização dos infiéis".

Demolidor de ídolos e iconoclasta como os talibãs que explodiram estátuas de Buda no Afeganistão, ele destacou dois mujahedins para o sequestro e uso de um avião que seria lançado contra a estátua "símbolo dos infiéis cristãos".

Os registos da polícia Judiciária dão conta de que os dois terroristas chegaram ao Aeroporto Internacional da Portela em 4 de Setembro,Domingo, às 21h47m, no vôo da Air France procedente do Canadá, com escala em Londres.

A missão começou a sofrer embaraços já no desembarque, quando a bagagem dos muçulmanos foi extraviada. Após quase seis horas de peregrinação por diversos guichés e dificuldade de comunicação em virtude do Inglês fortemente marcado por sotaque árabe, os dois saem do aeroporto, aconselhados por funcionários da TAP a voltar no dia seguinte, com intérprete.

A Polícia Judiciária investiga a possibilidade de eles terem apanhado um táxi pirata na saída do aeroporto, pois o motorista percebeu que eram estrangeiros e rodou uma hora e meia dando voltas com eles pela cidade, até abandoná-los em lugar ermo do Casal Ventoso. Aí, acabaram por ser assaltados e espancados por um grupo de toxicodependentes desesperados.

Eles conseguiram ficar com alguns dólares que tinham escondido em cintos próprios para transportar dinheiro e apanharam boleia num camião que fazia distribuição de garrafas de gás.

Na segunda-feira, às 7h33m, graças ao treino de guerrilha que receberam nas cavernas do Afeganistão e nos campos minados da Somália, os dois terroristas conseguem chegar a um hotel do Estoril. Alugaram um carro na Avis e voltaram ao aeroporto, determinados a sequestrar um avião e atirá-lo bem no meio dos braços abertos do Cristo-Rei.

Enfrentam um congestionamento monstruoso na 2ª circular e ficam mais de 3 horas bloqueados no Campo Grande por causa de uma manifestação de estudantes e professores em greve, e na Av. Do Brasil são-lhes roubados os relógios por um gang da Zona J.

Às 12h30m, resolvem ir para o Centro da cidade e procuram uma casa de câmbio para trocar o pouco que sobrou de dólares. Recebem notas de 100 Euros falsas. Por fim, às 15h45m chegam ao aeroporto da Portela para sequestrar um avião. Os pilotos da TAP estão em greve por mais salário e menos horas de trabalho.

Os controladores de vôo também pararam (querem equiparação aos pilotos).
O único avião na pista é da AIR PORTUGÁLIA, mas está sem combustível.

Tripulações e passageiros estão acantonados na sala de espera e nos corredores do aeroporto, gritando slogans contra o governo.

O Batalhão da POLÍCIA DE CHOQUE chega batendo em todos, inclusive nos terroristas.

Os árabes são conduzidos à Esquadra da PSP do aeroporto, acusados de tráfico de drogas, em face de flagrante forjado pelos próprios polícias,que "plantaram" papelotes de cocaína nos bolsos dos dois. Às 18 horas,aproveitando uma manifestação dos guardas prisionais clamando subsídio de risco, eles conseguem fugir da prisão no meio da confusão e do tiroteio das brigadas anti-motim da PSP que entretanto tinha sido destacada para o local pelo Ministro da Administração Interna.

Às 19h05m, os muçulmanos, ainda ensanguentados, dirigem-se ao balcão da TAP para comprar as passagens. Mas o funcionário que lhes vende os bilhetes omite a informação de que os voos da companhia estão suspensos por tempo indeterminado. Eles, então, discutem entre si: começam a ficar em dúvida se destruir Lisboa, no fim de contas, é um acto terrorista ou uma obra de caridade.

Às 23h30m, sujos e mortos de fome, decidem comer alguma coisa no restaurante do aeroporto. Pedem sandes de queijo com limonadas. Só na terça-feira, às 4h35m, conseguem recuperar-se da intoxicação alimentar de proporções equinas, decorrente da ingestão do queijo estragado usado nas sandes. Eles foram levados para o Hospital de Santa Maria, depois de terem esperado três horas para que a ambulância do INEM chegasse e percorresse diversos hospitais da rede pública até encontrar uma vaga. No HSM, foram atendidos por uma enfermeira feia e mal-humorada. Eles tiveram de esperar dois dias para serem examinados, por causa da cólera causada pela limonada feita com água contaminada por coliforme fecal.

Debilitados, só terão alta hospitalar no domingo.

Domingo, 18h20m: os homens de Bin Laden saem do hospital e chegam perto do estádio de Alvalade. O Benfica acabara de perder com o Sporting. A claque dos NO NAME BOYS confunde os terroristas com integrantes da JUVELEO e dá-lhes uma surra sem precedentes. O chefe da claque abusa sexualmente deles.

Às 19h45m, finalmente, são deixados em paz, com dores terríveis pelo corpo,em especial na área proctológica. Ao verem uma roullote de venda de bebida nas proximidades, decidem embriagar-se uma vez na vida e comer umas sandes de couratos (mesmo que seja pecado!).

Tomam um bagaço adulterado com metanol e precisam voltar ao Santa Maria. Os médicos também diagnosticam gonorreia.

Segunda-Feira, 23h42m: os dois terroristas fogem de Lisboa escondidos na traseira de um camião de electrodomésticos, assaltado horas depois na Serra da Musgueira.

Desnorteados, famintos, sem poder andar ou sentar-se, eles são levados por uma carrinha de Apoio aos Sem Abrigo, organização ligada aos direitos humanos para a área metropolitana de Lisboa. Viajam deitados de lado. Na capital novamente, deambulam o dia todo à cata de comida e por volta das 20 horas acabam adormecendo debaixo da marquise de uma loja na Rua do Coliseu, no centro. A Polícia Judiciária não revelou o hospital onde os dois foram desta vez internados em estado grave, depois de espancados quase até à morte por um grupo de SKINHEADS.

Sabe-se que a Polícia Judiciária deixou de se preocupar e vigiar estes membros da Al Qaeda por considerar que as suas intenções foram desvanecidas e já não constituem qualquer tipo de perigo à integridade nacional, e até os está a ajudar, tentando encontrar uma organização humanitária que lhes possa dar apoio para o regresso ao Afeganistão, isto tudo a pedido dos mesmos.

a ternura dos trinta

Em conversa com o irmão mais novo de um amigo, cheguei a uma triste conclusão. A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida. E está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que hoje rondam os trinta.

O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei no Tom Sawyer. "Quem?", perguntou ele. Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus... Como é que ele consegue viver com ele mesmo?

A própria música: "Tu que andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom Sawyer, mil amigos deixarás, aqui e além..." era para ele como o hino senegalês cantado em mandarim.

Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não conhece outros ícones da juventude de outrora.

O D'Artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche;

Sebastien et le Soleil, combatendo os terríveis Olmecs;

Galáctica, que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares;

O Automan, com o seu Lamborghini que dava curvas a noventa graus;

O mítico Homem da Atlântida, com o Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos;

A Super-Mulher, heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas, lembram-se?);

O Barco do Amor, que apesar de agora reposto na Sic Radical, não é a mesma coisa. Naquela altura era actual ...

E para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais gente numa só geração: O Verão Azul. Ora bem, quem não conhece o Verão Azul!!! ... Quem não chorou com a morte do velho Shanquete, não merece o ar que respira. Quem, meu Deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.

Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram, o que os torna fracos. Ele nunca subiu a uma árvore! pior, nunca caiu de uma. É um mole. Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser duplo de cinema. Ele não se transformava num super-herói quando brincava com os amigos. Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos.

Aliás, para ele é inconcebível que se vá a uma obra. Ele nunca roubou chocolates no Pingo-Doce. O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção. Confesso, senti-me velho...

Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador.
Tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft.

Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros. Hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e a fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa a fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído. Doenças com nomes tipo "Moleculum infanticus", que não existiam antigamente.

No meu tempo, se um gajo dava um malho nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse. Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos. Um gajo na altura aprendia a viver com o perigo. Havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia. E sabíamos viver com isso.

Não estamos cá? Não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com menos idade? E ainda nos chamavam geração "rasca"... Nós éramos mais a geração "à rasca", isso sim. Sempre à rasca de dinheiro, sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na universidade, sempre à rasca a ver se a namorada estava grávida, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o carro.

Agora não falta nada aos putos. Eu, para ter um mísero Spectrum 48K, tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de prenda de anos e Natal, tudo junto.

Hoje, ele é Playstation, PC, telemóvel, portátil, Gameboy, tudo.

Claro, pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem aquela versão da bicicleta. Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que 8 em cada dez putos sejam cromos. Antes, só havia um cromo por turma. Era o tóto que levava porrada de todos, que não podia jogar à bola e que não tinha namoradas. É certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma empresa de computadores, mas não curtiu nada.

Hoje, se um puto é normal, ou seja, não tem aparelho nos dentes, as miúdas andam atrás dele, anda de bicicleta e fica na rua até às dez da noite, os outros são proibidos de se dar com ele.

Carta de um caloteiro

Segue carta de um devedor, caloteiro e ainda muito cara-de pau, mas, engraçada, publicada na Folha. Esta carta é verídica e foi divulgada pelo próprio Clube de Dirigentes Lojistas. A correspondência abaixo foi enviada por um devedor a uma das várias lojas credoras, conforme ele mesmo informa na sua correspondência.

"Prezados Senhores,

Esta é a oitava carta jurídica de cobrança que recebo de Vossas Senhorias... Sei que não estou em dia com meus pagamentos. Acontece que eu estou devendo também em outras lojas e todas esperam que eu lhes pague. Contudo, meus rendimentos mensais só permitem que eu pague duas prestações no fim de cada mês. As outras, ficam para o mês seguinte. Estou ciente de que não sou injusto, daquele tipo que prefere pagar esta ou aquela empresa em detrimento das demais. Ocorre o seguinte...Todo mês, quando recebo meu salário, escrevo o nome dos meus credores em pequenos pedaços de papel, que enrolo e coloco dentro de uma caixinha. Depois, olhando para o outro lado, retiro dois papéis, que são os dois "sortudos" que irão receber o meu rico dinheirinho. Os outros, paciência.
Ficam para o mês seguinte. Firmo aos senhores, com toda certeza, que sua empresa tem constando todos os meses na minha caixinha. Se não os paguei ainda, é porque os senhores estão com pouca sorte. Finalmente, faço-lhes uma advertência: Se os senhores continuarem com essa mania de me enviar cartas de cobrança ameaçadoras e insolentes, como a última que recebi,serei obrigado a excluir o nome de Vossa Senhoria dos meus sorteios mensais.
Sem mais, Obrigado."

Perguntas pertinentes

* Como se escreve zero em algarismos romanos???
* Porque é que os Flintstones comemoravam o Natal se eles viviam numa época antes de Cristo???
* Porque é que os filmes de batalha espaciais têm explosões tão barulhentas se o som não se propaga no vácuo???
* Se depois do banho estamos limpos porque é que lavamos a toalha???
* Se Deus está em todo lugar, porque é que as pessoas olham para cima para falar com ele???
* Se os homens são todos iguais, porque é que as mulheres escolhem tanto???
* Porque é que a palavra "Grande" é menor do que a palavra "Pequeno"???
* Porque é que "Separado" se escreve tudo junto e Tudo Junto" se escreve separado???
* Se o vinho é liquido, como pode existir vinho seco???
* Porque é que as luas dos outros planetas têm nome mas a nossa se chama só lua???
* Por que as pessoas apertam o comando da televisão com mais força quando a pilha está fraca???
* O instituto que emite os certificados de qualidade ISO 9002 tem qualidade certificada por quem???
* Quando inventaram o relógio como sabiam que horas eram para poder acertá-lo???
* Se a ciência consegue desvendar até os mistérios do DNA, porque é que ninguém descobriu ainda a fórmula da Coca-Cola???
* Como foi que a placa "É Proibido Pisar a Relva" lá foi colocada???
* Porque é que quando alguém nos pede que ajudemos a procurar um objecto perdido temos a mania de perguntar: "Onde é que perdeste?"???
* Porque é que há pessoas que acordam os outros para perguntar se estavam a dormir???

Em espanhol...

- Doctor, doctor, tengo un problema: no sé si soy homosexual y quiero saber si usted me puede hacer un test.
- Bueno, vamos a ver.
El médico le agarra un testículo y le dice:
- Diga noventa y nueve
- Noventa y nueve.
El médico le agarra el pene y le dice:
- Diga noventa y nueve.
- Noventa y nueve.
El médico le mete el dedo en el culo y le dice:
- Diga noventa y nueve.
- Ayyy - Uuuuuno... doooos... treeees... cuaaaatro..

Ainda dizem mal dos investidores nacionais

Há alguns anos, os Estados Unidos resolveram fazer um estudo destinado a descobrir porque é que a extremidade do pénis é de um diâmetro maior que o resto do órgão. O estudo levou dois anos e custou um milhão de dólares. E os americanos chegaram à conclusão que, se a cabeça é maior do que o resto do pénis, é para dar maior prazer ao homem durante o acto sexual. Este resultado não convenceu os alemães. Resolveram fazer a sua própria pesquisa, e, depois de três anos de estudo e 3 milhões de marcos de investimento, chegaram à conclusão que, se a cabeça do pénis é maior do que o resto, é para que a mulher sinta mais prazer na relação sexual. Quando os resultados das duas pesquisas foram publicados, a Universidade de Évora não se convenceu e mandou fazer uma por sua conta. Depois de três semanas de estudos intensivos e um custo de 3 euros, os pesquisadores alentejanos chegaram à conclusão que, se a cabeça do caralho é mais larga do que o resto do órgão, é para impedir a mão de escorregar e bater na testa.

Confiança Económica

A confiança dos Portugueses atingiu o nível mais baixo dos últimos cinco minutos.

Voltou a descer às 2h29 o nível de confiança dos Portugueses em relação ao futuro da economia, estando novamente alto o número dos que acreditam que a situação económica vai piorar em 20 minutos, revela o Barómetro das 2h00 às 3h00.Está no nível mais baixo dos últimos 45 minutos, a confiança dos Portugueses na situação económica pessoal e do país para o próxima meia hora.

De acordo com a sondagem, 56,8% dos inquiridos considera que sou atrasado mental e apenas o,2% responderam ao questionário das 2h30 da manhã.

O estudo de opinião mostra ainda que para 23,7% atende o telefone sobressaltado passando ao insulto após a primeira questão, o que leva a concluir que os portugueses não encaram a noite com grande optimismo.

Segundo o Barómetro, o pessimismo é um pouco maior em relação às contas das famílias, com 58,2% a insultar a minha mãe durante o telefonema.

A sondagem foi realizada entre as 2h25 e as 2h35 de 17 de Novembro, num total de 20 entrevistas. O erro da amostragem é bué.

Para quem não gosta de exercício físico

- Está provado que por cada minuto de exercício, aumenta-se o nosso tempo de vida em um minuto. Isso permite-nos que aos 85 anos possamos ficar mais 5 meses num lar de terceira idade pagando 200 contos por mês.

- A minha avó começou a andar cinco quilómetros por dia quando tinha 60 anos. Agora tem 97 anos e não fazemos a menor ideia onde é que ela está.

- A única razão por que voltei a fazer exercício, foi para voltar a ouvir respiração ofegante.

- Inscrevi-me num ginásio o ano passado, gastei cerca de 40 contos. Não perdi nem um quilo. Parece que é preciso ir lá.

- Eu tenho que me exercitar logo de manhã, antes que o meu cérebro perceba o que eu estou a fazer.

- Gosto de longos passeios, especialmente quando são dados por pessoas que me chateiam.

- Tenho ancas flácidas, mas felizmente o meu estômago esconde-as.

- A vantagem de nos exercitarmos diariamente é que se morre mais saudável.

- Se vai percorrer um país a pé, escolha um país pequeno.

- Eu não me exercito porque faz o gelo saltar do meu copo.